O que significa a simplicidade voluntária?

Por: Lidiane Vasconcelos
O que significa a simplicidade voluntária?

Já faz um bom tempo eu despertei para a delícia de ter uma vida simples, isso por escolha. Isso me leva a ler a respeito, trocar ideias com pessoas que pensam parecido, e falar sobre isso com quem me questiona algo do tipo “como assim, uma vida simples?”. Não é raro as pessoas confundirem “vida simples” com “vida escassa”, ou acharem que para ter um cotidiano desacelerado e sem excessos seria o caso de morar num sítio e eu mesma produzir minhas próprias coisas, produtos de beleza, etc. Não é esse o caso.

A minha mensagem de hoje é justamente para falar um pouquinho a respeito, sobre qual o parâmetro para uma vida simples… e dizer que na verdade (pelo menos do meu ponto de vista), esse padrão não existe. Querer estabelecer o que determina ser uma vida simples é insistir em definir uma regra para alguma coisa. Essa necessidade de definir um padrão, tanto na quantidade de posses quanto na forma como se vive uma vida mais simples, é que talvez alimente preconceitos e leve a pessoa a jamais questionar o estilo de vida que leva, ainda que ela sinta que algo não vai bem.

Já dei pistas nas redes socias de que eu busco viver uma vida mais simples, e naturalmente já atraí pessoas que chegam e dizem “legal, Lidi, eu também sou minimalista”. A verdade é que eu nunca disse que sou uma pessoa minimalista, porque eu não preciso desse rótulo, eu não preciso me encaixar em nada! Aliás, eu penso que querer se encaixar em algo gera ansiedade. Eu prefiro a liberdade de ser e viver como eu quiser, e por isso eu respeito a sua, e não quero nada além de inspirar você a fazer mudanças no seu cotidiano que você mesma julgue serem necessárias… e só. Buscar um estilo de vida mais simples realmente é algo que me faz bem, eu gostaria de te contar o porquê, e a partir daí você decide se deseja experimentar algo similar, ou não.

Um ponto importante sobre essa busca constante é perceber que ter coisas demais atrapalham o cotidiano. Armário com muitas roupas confundem na hora de se vestir e nos impedem de saber o que realmente temos, enfeites decorativos em excesso juntam poeira e tomam tempo no dia a dia com limpeza e organização, brinquedos aos montes no quarto de Artur tornam o ambiente caótico e atrapalham a criatividade dele. Se colocarmos reparo na nossa casa, podemos nos dar conta que temos muita coisa que não trazem benefício algum, e simplificar a vida destralhando os excessos faz muito bem. O mais importante nesse processo de destralhe é identificar o que é essencial manter em casa, e perceber que ter menos faz a gente aproveitar muito mais nossas posses.

Quando você começa a simplificar a vida tirando os excessos, começa a ficar mais consciente do que é realmente necessário no seu cotidiano, e percebe que consegue viver, sim, com menos (roupas, maquiagem, bolsas, sapatos, itens decorativas, livros, panelas, lençois, toalhas, etc.). Você começa a se tocar de que o excesso era desnecessário, mas estava ali na sua casa, parado e sem trazer benefício algum, e aquilo teve um custo, não é? Custo de fabricação e impacto no meio ambiente, e custo para o seu bolso. Qual o sentido disso tudo? Qual o seu papel no mundo e que contribuição deseja dar a partir das ecolhas que faz?

Ter um olhar crítico para essas coisas não significa se tornar uma pessoa radical ou deixar de comprar coisas. Você acha que eu não tenha cá comigo uma listinha de desejos de coisas que quero comprar? Claro que tenho! E estou longe de ser aquela pessoa que planta os próprios alimentos ou fabrica em casa seus próprios produtos de beleza. Definitivamente, não sou essa pessoa. E nesse ponto eu acredito que é muito importante ter equilíbrio, porque querer ter uma vida mais simples radicalizando tudo, sinceramente, não penso que seja o caminho… e isso vale para tudo nessa vida.

Só você pode avaliar o que é importante na sua vida, o que faz sentido, e qual a medida ideal de suas posses. Isso nos leva a refletir o quanto a gente precisa de dinheiro para viver bem. Eu já pensei, sim, que para viver bem precisaria trabalhar muito e ganhar bastante dinheiro. Quem nunca? E isso nos leva a entrar numa corrida maluca, correndo atrás de ganhar mais para saciar um monte de necessidades que enfiam na nossa cabeça como sendo coisas muito importantes. Não são… a consciência que a gente desenvolve, quando busca uma vida mais simples, faz a gente enxergar que não precisa do tanto de dinheiro que a gente acha que precisa.

Isso tudo é um processo que nos leva a experimentar a felicidade que há nas coisas simples, que existe na liberdade de ser quem a gente quiser sem se encaixar em rótulos, que vem de uma vida livre de comparações sobre come vivem as outras pessoas. Eu espero que você tenha apreciado o conteúdo, e que ele tenha te levado a refletir um pouquinho comigo sobre como ser feliz vivendo uma vida mais simples.

Imagem: Evie S. via Unsplash


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