Como lidar com excessos digitais e salvar seu tempo?

Por: Lidiane Vasconcelos
Como lidar com excessos digitais e salvar seu tempo?

É possível que você, assim como eu, já tenha experimentado excessos digitais, que são padrões de comportamento contraproducentes no dia dia a dia, dos quais você realmente gostaria de se desligar. A necessidade de checar o que está acontecendo nas redes sociais toma conta da gente quase que como uma parte independente de nós. Pode-se chamar a isso vício? Não sei, deixo isso para os especialistas. O fato é que já vivenciei isso, e tomar consciência dessa energia dentro de mim foi o primeiro passo para querer me livrar dela.

Esse padrão de comportamento é o que tira da gente o que temos de mais precioso: tempo, e o que de mais importante podemos fazer com ele. Trata-se de abolir de vez as redes sociais? Não acho que seja o caso. Hoje em dia eu continuo nelas, mas me vejo usando esse recurso de comunicação moderno com muito mais equilíbrio e sabedoria. Esse é o ponto: qual a sua medida de equilíbrio? Se da forma como está você sente, lá no fundo, que não está bom, então você está fora desse ponto ideal.

Casa para cuidar, demandas de filhos a atender, tarefas de projetos pessoais a cumprir, e uma voz interna fala na sua cabeça que “você é tão ocupada, sobrecarregada, que merece alguns minutinhos de respiro, um agrado… e por que não dar uma olhadinha, bem rapidinha, nas redes socias agora?”. A falta de consciência nos faz dar espaço para esse padrão de comportamento que nos leva a procrastinar, permitindo coisas desnecessárias em detrimento do que mais importa na vida, e o pior é a sensação ruim de ter perdido tempo, ter acessado mais as redes do que gostaria, deixando ir o que não volta mais. Com a energia perdida nas redes, e o tanto de trabalho a fazer que ficou esperando por isso, não me admira que nos arrastemos pelos dias, reclamando cronicamente da falta de tempo, e sentindo culpa por não saber gerenciá-lo.

Se você experimenta esse tipo de comportamento, reconhece que perde o foco facilmente por causa dele, deixa de ser produtiva e de dar atenção na sua vida para o que é mais valioso para você, crie condições para se ver livre disso! Quando se perceber acessando as redes em momento impróprio, pare e respire, usando sua respiração consciente como a âncora que te prende ao momento presente. Essa retomada de consciência fará você prestar atenção ao que está acontecendo.

Não se engane! Isso vai se repetir várias vezes, e não julgue a si própria por isso. Apenas tome consciência, encare essa retomada de atenção como um exercício enriquecedor e importante, e se reorganize internamente. Aos poucos você vai aprendendo a lidar com as redes de forma mais consciente, equilibrada e sábia: você controlando o que vê, quando vê e por quanto tempo… e não o contrário, ou seja, um padrão de comportamento involuntário dominando você.

Quando passar a ter mais consciência dessa necessidade que você sente de estar nas redes sociais, vendo e sendo vista, busque respostas: por que o desejo de acompanhar a vida das pessoas? As pessoas que você acompanha mostram coisas que te acrescentam? Como você se sente vendo o que aparece na sua timeline? Se o sentimento não é bom, vale a pena continuar acompanhando? Por que você posta nas redes? As coisas que você mostra são construtivas?

As respostas a essas perguntas vão ajudando você a rever a forma como navega, aparando arestas no sentido de enxugar suas redes, desejar postar menos e ficar bem com isso, e passar menos tempo por lá. De repente, você começa a enxergar a vida real sob outra perspectiva, passa a olhar mais nos olhos das pessoas, apreciar a vida fora das telas, e o que acontece online ganha a real importância que tem.

É um ciclo virtuoso: você aprecia mais o que está fora da tela e assim deseja menos olhar para elas. Você passa a acessar o mundo virtual quando deseja, tendo controle sobre essa vontade, e quando faz o que precisa ser feito online, não fica mais com a sensação ruim de ter perdido tempo na vida. A urgência compulsiva terá sumido, e isso é libertador!

Imagem: Yura Fresh via Unsplash


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